Indiferença com a vida que dá sim a cada um de nós a possibilidade de ser feliz, com muito ou com pouco, nos dá a possibilidade de fazer o bem, pequeno ou grande, dá a chance de cometer erros e nos refazer em partes ou completamente. Tendo vida há tudo.
E não há como negar que é difícil demais aceitar que não poderia ter sido feito nada, que o tempo não volta, que a falta fica e não existe outro caminho a não ser seguir.
Os rios podem ser perigosos e sua correnteza pode levar pessoas, mas perigoso mesmo é a nossa incapacidade de perceber que mesmo sem as pessoas partirem, nós as perdemos.
Perdemos para o rancor, para o medo de abraçar, para o receio de dizer que ama. Perdemos para o trânsito, o campo de guerra da atualidade. Perdemos para o tempo que nunca sobra, que nunca “dá”. Perdemos para o egoísmo de nunca oferecer um pouco de nós para outro.
Morrer é uma certeza, pesada e incompreensível, já o viver é uma escolha e podemos optar por ela todos os dias, mesmo sem ter que sentir a dor que é ver alguém ser levado daqui sem ter tido tempo de se despedir.
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