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quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Inflação chega a 6,75% em 12 meses, a maior desde outubro de 2011

Puxado pela alta dos alimentos, o IPCA, índice oficial de inflação país, acelerou pelo segundo mês seguido e ficou em 0,57% em setembro. O indicador havia sido de 0,25% em agosto, superior à quase estabilidade da inflação em julho (0,01%).

O IPCA acumulado em 12 meses até setembro voltou a superar o teto da meta do governo, com uma taxa de 6,75% -até julho, praticamente empatava em 6,51%. A taxa para 12 meses é o maior desde outubro de 2011 (6,97%).

De janeiro a setembro, a inflação subiu a um ritmo de 4,61%. Os dados foram divulgados pelo IBGE nesta quarta-feira (8).

O resultado de agosto ficou acima do previsto pelas principais instituições do mercado financeiros e consultorias.

GRUPOS

O aumento se deu principalmente pelo fim do ciclo deflação dos alimentos. No mês, a alimentação teve alta de 0,78%. Os transportes, outro foco de pressão, avançaram 0,63%. A energia elétrica também contribui para o resultado, com alta de 1,37% -expansão menor do que a registrada em agosto, quando o avanço foi de 1,76%.

O grupo alimentação subiu na esteira principalmente da carne, que avançou 3,17% em setembro por causa da estiagem em algumas regiões do país e uma saída maior do produto para exportação.

Desse modo, sobra menos carne no mercado doméstico e seus preços aumentam. Neste ano, as carnes já estão 12,23% mais caras. Trata-se do produto de maior peso no grupo alimentação e bebidas.

Também subiram com força itens como cebola (10,17%), cerveja (3,48%), farinha de mandioca (2,52%) -que têm peso importante nas regiões Norte e Nordeste- e frutas (2,11%).

Evitaram uma alta maior do grupo tomate e batata -com quedas de 9,42% e 9,17%, respectivamente.

No caso do grupo transportes, as passagens aéreas foram, mais uma vez, as vilãs, com alta de 17,85%. Os aumentos de consertos de veículos (1,35%) e automóveis novos (0,76%) também puxaram a taxa para cima.

CONSUMO

Após meses de inflação controlada, o IPCA voltou a subir num patamar próximo ao do início do ano, quando o preço dos alimentos e serviços dispararam.

No primeiro trimestre, a economia estava também mais aquecida. Agora, a “âncora” da inflação está na menor velocidade do consumo, abatido por juros e inadimplência maiores e um mercado de trabalho menos vigoroso -com desaceleração do número de vagas criadas e da alta do rendimento.

META

Economistas estimam um IPCA muito próximo de 6,5% neste ano e parte do mercado não descarta o estouro da meta no índice consolidado de 2014. Isso se a economia mostrar um desempenho melhor neste segundo semestre, após a recessão “técnica” vivida nos primeiros seis meses do ano, quando o PIB caiu.

Na visão deles, o Banco Central deixou de perseguir o centro da meta (4,5%) para evitar aumento de juros e um impacto expressivo no consumo, especialmente no das classes de renda mais baixa.

Folha Press

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