Na terça-feira (10), em sua segunda palestra no Fórum da Liberdade em Porto Alegre, o juiz Sérgio Moro disse que a opinião pública funcionou como uma "medicina" contra tentativas de "criminalizar" a interpretação dos juízes. "O recurso à opinião pública foi importante para prevenir tentativas de obstrução à justiça, seja através de alterações legislativas ou ações de bastidores. Funcionou como medicina contra esses males específicos: ideias de criação de lei que criminalizassem atividade judicial".
No ano passado, o senador Roberto Requião (PMDB-PR) foi o relator de um projeto que atualizava a lei de abuso de autoridade. Na ocasião, integrantes da força-tarefa da Lava Jato fizeram críticas ao projeto de abuso de autoridade, alegando que esta podia ser uma forma e retaliação aos investigadores.
Devido à pressão, o senador flexibilizou o texto e incorporou sugestões dos magistrados. "A opinião pública funcionou como anteparo para iniciativas dessa espécie", disse Moro em Porto Alegre. Segundo o juiz, que participou de painel ao lado de Antonio Di Pietro, vice-procurador do Tribunal de Milão e procurador responsável pela Operação Mãos Limpas, um dos revezes sofridos pela operação naquele país foi a ascensão de Silvio Berlusconi - empresário com grandes empresas de mídia na Itália - ao poder político. No Brasil, por outro lado, o brasileiro considerou que a mídia tem se colocado até o momento a favor da operação.
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