Partindo da constatação que o motor da desigualdade é a exploração do trabalho, pode-se indagar sobre o papel do Estado Moderno no combate a essa mazela social. Se compreendermos o Estado Moderno como a representação máxima da ordem social, cujo papel é defender, no limite com armas, a constituição jurídica da sociedade, chegaremos a conclusão de que o Estado está diante de um aparente paradoxo no que toca a questão da desigualdade.
Por um lado, é preciso combater a desigualdade para o bem da própria sociedade e a sobrevivência do próprio Estado enquanto aparato de governança, por outro, no entanto, o motor da desigualdade é fundamento intocável através do qual se ergue o próprio Estado. O Estado está pronto para defender que a propriedade dos meios de produção continue privada e esteja sob controle de um punhado de cidadãos notáveis e burgueses. O que lhe resta, assim, é um combate aos sintomas da desigualdade, na medida necessária para não colapsar o conjunto da sociedade. O paradoxo é aparente, pois o Estado não está interessado por si só em combater a desigualdade.
Na prática as políticas que combatem essa mazela surgem em contextos de luta social e são frutos das organizações dos trabalhadores, como medida mais de contenção dos ânimos do que de avanço civilizatório.
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