Desde o início da manhã, a PF realiza a Operação Politeia, primeiro grande desdobramento da Operação Lava Jato no âmbito do Supremo Tribunal Federal (STF). Os 53 mandados de busca e apreensão estão sendo realizados no Distrito Federal, Bahia, Pernambuco, São Paulo, Rio de Janeiro, Alagoas e Santa Catarina.
A força-tarefa já fez buscas nas casas do senador Fernando Collor (PTB-AL), tanto em Brasília quanto em Maceió; e na residência do senador Ciro Nogueira (PP-PI) na capital da República. Nogueira é o atual presidente nacional do PP. Os policiais também buscaram documentos na casa do deputado Eduardo da Fonte (PP-PE) e na sede da TV Gazeta de Alagoas, afiliada da Rede Globo, emissora da qual o ex-presidente da República é sócio.
Além do grande valor em dinheiro, a PF também apreendeu três veículos de luxo na residência do senador Fernando Collor: uma Ferrari vermelha, um Porsche preto e uma Lamborghini prata. Os três veículos, somados, custam aproximadamente R$ 4 milhões. Nenhum destes veículos constam da declaração de bens do senador. A suspeita dos policiais federais é que eles tenham sido adquiridos com dinheiro doado pelo doleiro Alberto Yousseff.
“As medidas são necessárias ao esclarecimento dos fatos investigados no âmbito do STF, sendo que algumas se destinaram a garantir a apreensão de bens adquiridos com possível prática criminosa e outras a resguardar provas relevantes que poderiam ser destruídas caso não fossem apreendidas”, explica o procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
A PF também fez buscas nas residências do senador Fernando Bezerra (PSB-PE), do ex-ministro Mário Negromonte (hoje conselheiro do Tribunal de Contas da Bahia) e do advogado Thiago Cedraz, filho do ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Aroldo Cedraz.
Durante as buscas, houve confusão entre homens da Polícia Legislativa do Senado e policiais federais. Os agentes da Polícia Legislativa alegaram que teriam de ser comunicados antes pela PF para que as buscas nas residências dos senadores fossem realizadas. A Polícia Legislativa do Senado classificou a ação da PF como “ilegal”. Agentes da PF, no entanto, alegam que não houve abuso durante a operação.
Os mandados de busca e apreensão foram expedidos pelos ministros do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki, Celso de Mello e Ricardo Lewandowski nas investigações relacionadas à Operação Lava Jato.
Três carros de luxo avaliados em quase 4 milhões de reais que não foram declarados no IR do senador foram apreedidos pela PF
A notória Casa da Dinda, mansão com torneiras de ouro reformada com dinheiro de contas fantasmas movimentadas pelo tesoureiro Paulo César Farias, voltou ao cenário político nesta terça-feira na Operação Politéia, da Polícia Federal. Residência oficial do senador Fernando Collor (PTB-AL) na época em que ele era presidente da República, a casa abrigava uma valiosa coleção de carros de luxo. Na manhã desta terça-feira, porém, os automóveis do senador, entre eles um Porsche, uma Ferrari vermelha e um Lamborghini foram levados pelos policiais. Apenas o Lamborghini é avaliado em 3 milhões de reais.
Desde que foi citado por delatores da Lava Jato, Fernando Collor montou uma ofensiva para desqualificar o Ministério Público e elegeu como alvo preferencial de seus ataques o procurador-geral da República Rodrigo Janot. Depois dos mandados de busca desta terça-feira, o senador se fez de vítima e disse ter sido alvo de medidas com o objetivo de "constranger" e "alimentar o clima de terror e perseguição". "A medida invasiva e arbitrária é flagrantemente desnecessária, considerando que os fatos investigados datam de pelo menos mais de dois anos. Medidas dessa ordem buscam apenas constranger o destinatário, alimentar o clima de terror e perseguição e, com isso, intimidar futuras testemunhas A medida invasiva traduz os tempos em que vivemos, em que o Estado Policial procura se impor ao menoscabo das garantias individuais", disse. Sobre os carros de luxo, nenhuma palavra.
Veja
Nenhum comentário:
Postar um comentário