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sábado, 7 de junho de 2014

Pesquisa não é boa para ninguém

A pesquisa Datafolha divulgada nesta sexta-feira (6) não traz notícia boa para a presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição. Ela perde pontos em intenção de votos (de 37% para 34%) e perde também na avaliação do governo – agora 33% consideram o governo bom ou ótimo. Dilma perde até neste contingente que aprova o governo – em maio, receberia o voto de 80% destes; agora de 72% dos que consideram o governo bom ou ótimo. A rejeição também é a maior entre todos e se manteve em 35%. Eduardo e Aécio conseguiram reduzir alguns pontos o índice de rejeição.

Se Dilma perde, ninguém ganha – só aumenta o grupo dos que não sabem em quem votar (13%) ou dizem que vão votar em branco ou nulo agora (17%) – somando 30% dos eleitores –, o que mostra o desencanto dos brasileiros com a política. Todos caíram: Aécio Neves (PSDB) de 20% para 19% e Eduardo Campos (PSB) de 11% para 7% das intenções de votos. Só subiu o Pastor Everaldo (PSC), que foi de 3% para 4% das intenções de votos. Para Aécio, a pesquisa poderia ser considerada "menos ruim". Ele perde um ponto, mas conseguiu vestir o figurino do oposicionista e cresce entre os que rejeitam o governo Dilma – espaço também disputado por Eduardo Campos.

A uma semana do início da Copa do Mundo, a preocupação dos brasileiros está no próprio bolso. A pesquisa indica que houve aumento do contingente dos que acham que a economia vai piorar (está em 36%); dos que temem o desemprego (subiu de 42% em maio para 48% agora); dos que têm medo da inflação (eram 58% e agora são 64%) e também do medo de empobrecer que subiu de 34% para 38% dos entrevistados.

Ou seja, a economia apavora os brasileiros e a política não encanta. Os brasileiros continuam querendo mudança, num índice que se mantém em patamar muito alto, de 74% dos entrevistados. É Lula quem aparece como alguém mais capaz de fazer as mudanças, apontado por 35%, seguido por Aécio, indicado por 21%, e só em terceiro lugar, Dilma, com 16%.A esta altura, os candidatos poderão fazer ajustes em suas campanhas, mas não há muito espaço para isso. Todos os partidos já lançaram seus programas eleitorais (não haverá novas exposições mais longas) e, agora, entra a fase das convenções partidárias. Neste período, os candidatos esperavam boas notícias nas pesquisas para empolgar os partidos a ceder seus tempos de propaganda eleitoral. O que não aconteceu para ninguém.

Aécio Neves, por exemplo, esperava subir alguns pontinhos para atrair partidos como o PP e aumentar um pouco o seu tempo de televisão. Dilma Rousseff, por exemplo, tem como atrativo o fato de estar na dianteira nas pesquisas para ter um palanque eletrônico forte. A queda nas pesquisas poderia se refletir nos apoios que espera receber – o principal deles será definido na próxima terça-feira, na convenção do PMDB, partido que tem quase seis minutos de televisão para propaganda eleitoral.

Eduardo Campos tem percorrido o país com seu principal cabo eleitoral, a senadora Marina Silva, mas não conseguiu subir nas pesquisas. Ao contrário, teve queda significativa de 11% para 7% das intenções de votos. A seu favor ele conta com a própria Marina que, segundo a pesquisa, motivaria o voto de 18% dos consultados e mais 30% que poderiam votar em alguém indicado por ela. São 42% os que não votariam em candidato indicado por Marina Silva. Neste quesito, pior para Aécio Neves, que tem em seu partido o ex-presidente Fernando Henrique, o mais rejeitado – 57% não votariam em candidato indicado por ele.

O ex-presidente Lula continua sendo o melhor cabo eleitoral do país (36% dizem que votariam com certeza em candidato indicado por ele) e mais 24% admitem votar. Dilma, no entanto, não conquistou todo o contingente dos que seguiriam a indicação de Lula. Depois de Lula, o melhor cabo eleitoral no país é o presidente do STF, Joaquim Barbosa, que vai se aposentar neste mês. Ele não pode ser candidato e seu apoio é disputado por candidatos de oposição. Quem receber este apoio, pode melhorar o desempenho, pois 26% dizem que com certeza votariam em candidato indicado por ele; e outros 26% dizem que poderiam votar num candidato indicado por ele.

Uma notícia positiva para Aécio é que ele reduz para 8 pontos porcentuais a desvantagem que teria em relação a Dilma num eventual segundo turno. Dilma teria 46% dos votos e Aécio 38%; com Eduardo Campos a diferença seria Dilma com 47% dos votos e ele com 32%

G1

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