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domingo, 27 de abril de 2014

Cresce participação do Nordeste no consumo nacional

As políticas de transferência de renda, colocadas em prática nos últimos anos, estão traçando um novo mapa da geografia do consumo no Brasil. Pela primeira vez desde o fim do período colonial, o potencial de consumo do Sudeste ficará abaixo de 50% do bolo nacional, segundo estudo da consultoria IPC Marketing.

Há uma década, o peso da região, que abriga duas megacidades – São Paulo e Rio de Janeiro e um metrópole, Belo Horizonte – era de 55,79%, vem caindo ao longo do tempo e deve ficar em torno de 49,2% ao final de 2014.

São Paulo, Rio e Belo Horizonte tem, juntas, 20 milhões de habitantes, equivalentes à toda a população dos Estados da Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Alagoas e Sergipe.

Os autores do estudo dizem que a menor participação do Sudeste não significa queda no consumo, mas um avanço das demais regiões. O Nordeste, que assumiu o segundo lugar em 2008, vem crescendo gradativamente. O consumo na região será recorde em 2014, chegando a 19,48% no bolo nacional. A participação do Norte será de 6%.

Para o IPC Marketing, as economias das duas regiões mais pobres do País foram impulsionadas, nos últimos anos, pelos programas de transferência de renda e pela política de reajuste real do salário mínimo.

No Nordeste, a Previdência Social exerce um papel importante. Pelo menos 20% da renda naquela região vem dos benefícios do INSS. O Bolsa Família representa apenas 3%. O restante vem dos rendimentos do trabalho (71,9%) e outras fontes de recursos (5,4%), como aluguel.

A economia do Norte e Nordeste crescerá acima da média nacional, segundo as projeções de especialistas no assunto. O PIB terá aumento de 2,9% no Norte e de 2,7% no Nordeste. Este ano, apesar do otimismo do ministro Guido Mantega, o PIB terá crescimento de 1,9%, segundo estimativas do mercado.

“Uma coisa interessante de se observar no Nordeste é que vai haver uma mudança no padrão do consumo. Daqui para a frente, não deve haver mais esse impacto do Bolsa Família na economia local, porque o programa já está praticamente universalizado. O motor para o crescimento da massa no Nordeste nos próximos anos vai vir do trabalho”, diz afirma Camila Saito, economista da Tendências Consultoria.
Com informações da Tribuna do Norte

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