As políticas de transferência de renda, colocadas em prática nos últimos anos, estão traçando um novo mapa da geografia do consumo no Brasil. Pela primeira vez desde o fim do período colonial, o potencial de consumo do Sudeste ficará abaixo de 50% do bolo nacional, segundo estudo da consultoria IPC Marketing.
Há uma década, o peso da região, que abriga duas megacidades – São Paulo e Rio de Janeiro e um metrópole, Belo Horizonte – era de 55,79%, vem caindo ao longo do tempo e deve ficar em torno de 49,2% ao final de 2014.
São Paulo, Rio e Belo Horizonte tem, juntas, 20 milhões de habitantes, equivalentes à toda a população dos Estados da Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Alagoas e Sergipe.
Os autores do estudo dizem que a menor participação do Sudeste não significa queda no consumo, mas um avanço das demais regiões. O Nordeste, que assumiu o segundo lugar em 2008, vem crescendo gradativamente. O consumo na região será recorde em 2014, chegando a 19,48% no bolo nacional. A participação do Norte será de 6%.
Para o IPC Marketing, as economias das duas regiões mais pobres do País foram impulsionadas, nos últimos anos, pelos programas de transferência de renda e pela política de reajuste real do salário mínimo.
No Nordeste, a Previdência Social exerce um papel importante. Pelo menos 20% da renda naquela região vem dos benefícios do INSS. O Bolsa Família representa apenas 3%. O restante vem dos rendimentos do trabalho (71,9%) e outras fontes de recursos (5,4%), como aluguel.
A economia do Norte e Nordeste crescerá acima da média nacional, segundo as projeções de especialistas no assunto. O PIB terá aumento de 2,9% no Norte e de 2,7% no Nordeste. Este ano, apesar do otimismo do ministro Guido Mantega, o PIB terá crescimento de 1,9%, segundo estimativas do mercado.
“Uma coisa interessante de se observar no Nordeste é que vai haver uma mudança no padrão do consumo. Daqui para a frente, não deve haver mais esse impacto do Bolsa Família na economia local, porque o programa já está praticamente universalizado. O motor para o crescimento da massa no Nordeste nos próximos anos vai vir do trabalho”, diz afirma Camila Saito, economista da Tendências Consultoria.
Com informações da Tribuna do Norte
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