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quarta-feira, 29 de junho de 2022

Mortes violentas têm queda de 14% no Estado, diz Anuário da Violência

O Rio Grande do Norte teve uma redução de 14,8% no número de mortes violentas intencionais em 2021. Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, o Estado registrou 1.155 mortes no ano passado. Já em 2020, foram 1.357 mortes. Natal, por sua vez, foi a segunda capital menos violenta do Nordeste, com taxa de 23,1 mortes violentas por 100 mil habitantes. Apenas São Luís, no Maranhão, teve números melhores que a capital potiguar, com 22,8 mortes por 100 mil habitantes.
Além disso, o Rio Grande do Norte ainda teve o menor registro de mortes violentas desde 2013, quando houve 1.634 mortes. No ano anterior, foram apenas 388 casos classificados como morte decorrente de violência intencional. Em relação às mortes por 100 mil habitantes, o Rio Grande do Norte é o nono mais violento do Brasil e sexto do Nordeste, com uma taxa de 32,4. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (28).
As mortes violentas intencionais incluem o homicídio doloso, a lesão corporal seguida de morte, o latrocínio e as mortes decorrentes de intervenção policial. Apesar da redução, o Rio Grande do Norte tem cinco cidades entre as 30 com os maiores registros de Mortes Violentas Intencionais, entre 2019 e 2021. Umarizal ocupa ainda o top 10, no sétimo lugar, com uma taxa de 123,6 mortes por 100 mil habitantes. As outras cidades potiguares que compõem o registro são Rodolfo Fernandes (119,6), Extremoz (118,7), Japi (113,3) e Tibau (112,6).
Segundo Francisco Augusto Cruz, cientista social e especialista em Segurança Pública e Sistema Prisional, os dados não deveriam ser tão expressivos em cidades de pequeno porte. “Se ocorrem, é porque há uma necessidade de políticas de combate à pobreza e desigualdade, que na minha compreensão são fundamentais. O estímulo ao emprego e renda, o empreendedorismo, a empregabilidade de diferentes formas tem surtido efeito”, diz.
Para o especialista, outra necessidade é de expansão do policiamento. “As facções nas cidades maiores têm sofrido um grande inchaço e não tem conseguido se expandir em razão da territorialidade já estar sendo ocupada. Nos bairros de Natal e Região Metropolitana já existem atuação das facções criminosas e novos mercados precisam ser ocupados. E aí as facções encontraram nas pequenas cidades uma possibilidade de expansão”, afirma.
Segundo Henrique Baltazar, Juiz Titular da Vara de Execuções Penais de Natal, o principal motivo para a diminuição da violência no Estado é a queda das disputas entre facções criminosas. “Muitas mortes aconteciam porque as facções guerreavam entre si, com brigas por território, e essa guerra terminou. Uma das facções se tornou bem mais forte que a outra aqui no Estado, então basicamente não está havendo mais contestação de territórios entre elas e portanto não estão tendo mais motivos para se matar”, afirma.
Tribuna do Norte

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