A Segurança Pública tem, cada vez mais, se configurado como um dos maiores
problemas em nosso país. É um tema complexo, composto por muitos fatores e é
preciso saber desvelar os elementos que o constituem para melhor compreendê-lo.
A Segurança Pública é alvo de debates entre diversos segmentos de nossa
sociedade, é tema obrigatório nas plataformas políticas da esquerda e da direita, é
assunto que rende índices altíssimos de audiência na grande mídia, é conteúdo de
conversas entre vizinhos, colegas, conhecidos. Cada vez mais esse tema invade nosso
campo de vivência cotidiana e, de uma forma ou de outra, vamos constituindo uma
representação subjetiva (individual e coletiva) sobre as “raízes do problema” e
“soluções”, ao mesmo tempo em que se configura uma forma da sociedade lidar com
esta questão. Quem é que não tem uma resposta para a chamada “violência urbana” ou
para a “segurança pública”?
A aparente disseminação desse debate, ou até mesmo a banalização dessa ideia,
tem seu lado positivo, na medida em que revela que a segurança pública, a
criminalidade, a violência social, não são problemas apenas das polícias: é um tema
para toda a sociedade, já que esses fenômenos afetam a todos, e, de alguma forma, todos
estamos implicados em sua produção e reprodução.
Por outro lado, encontramos como característica fundamental nos discursos
sobre a Segurança Pública o reducionismo na abordagem analítica, o senso comum na
produção de explicações sobre as causas dos fenômenos relacionados a ela, e a
economia de reflexão na proposição de políticas públicas de segurança. Buscaremos,
sem a intenção de esgotar a multiplicidade de determinantes que compõem essa
realidade, apresentar alguns elementos mediadores que podem nos auxiliar na
compreensão da questão a partir de uma visão crítica, num movimento de desvelamento
das ideologias que obscurecem a temática.
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