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quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Integrante de igreja diz que presos fizeram 'vaquinha' para comprar TV para cadeia onde está Cabral

O caso que envolve a construção de um "cinema particular" no presídio onde estão os presos da Lava Jato no Rio de Janeiro ganhou novos contornos. Como mostrou o Jornal Nacional na terça-feira (31), no presídio onde estão os presos da Lava Jato no Rio de Janeiro, informa o G1. Embora a secretaria de Estado de Administração Penitenciária alegasse que os aparelhos eletrônicos para a videoteca foram doados por uma igreja, na verdade, um integrante da entidade afirmou que detentos fizeram uma "vaquinha" para comprar os equipamentos, como mostrou o Jornal Nacional desta terça-feira (31). Os aparelhos seriam para uma sala que teria uma televisão de 65 polegadas, home theater, aparelho de DVD e 160 filmes. Além do ex-governador Sérgio Cabral, está também preso no local o ex-secretário estadual de Governo Wilson Carlos de Carvalho, que vai trabalhar na videoteca e, por isso, conseguirá abater dias da pena que já cumpre. Os aparelhos tiveram um custo total de R$ 8 mil. Até agora ninguém assumiu ter pago o valor. Na Igreja Batista do Méier, entidade que a secretaria disse ter financiado os equipamentos, uma missionária disse desconhecer a doação. Em seguida, a mesma funcionária liga para outra mulher, outra missionária, que confirma a doação dos equipamentos, mas explica que a igreja emprestou o nome da entidade para que os aparelhos fossem comprados. Clotilde de Moraes diz que foi feita uma "vaquinha" para comprar a televisão. Ela atribuiu a compra a "presos da igreja" que estão dentro da cadeia e contou que o subdiretor da unidade penitenciária sabia da compra. O pastor Cesar Dias de Carvalho, que também assinou a doação, confirmou à reportagem que a doação foi uma farsa. Na nota fiscal, que o Jornal Nacional teve acesso, consta o valor da televisão: R$ 7,5 mil que foram pagos em espécie. O nome na nota é de Eliana Nogueira do Carmo, cujo endereço que consta no documento simplesmente não existe. Por telefone, Eliana contou que é estudante de Direito e que teve o nome usado. Uma fonte dentro da penitenciária afirmou que o dinheiro para a compra do aparelho veio de Wilson Carlos, ex-secretário de Sérgio Cabral. Após as revelações, a Secretaria de Administração Penitenciária informou que iria retirar os equipamentos da sala de cinema da unidade. O Ministério Público estadual também comunicou que abriu dois procedimentos para apurar irregularidades na compra dos aparelhos.

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