Os alunos de autoescolas, que irão tirar carteira de
motorista na categoria B, terão que usar um simulador de direção antes
das aulas práticas. A obrigatoriedade, prevista em resolução do Conselho
Nacional de Trânsito, entrou em vigor hoje (31). De acordo com o
conselho, o uso do equipamento vai complementar a formação dos
condutores, permitindo sua exposição a situações virtuais sem
comprometer a segurança e a integridade do motorista e de seu instrutor.
Pela nova regra, após as aulas teóricas, os alunos deverão ter cinco
horas de treinamento com o simulador para, só depois, começarem as aulas
de direção nas ruas.
Estudos realizados pelo National Center Injury, dos Estados Unidos,
indicam que o uso do simulador pode reduzir até à metade o número de
acidentes nos primeiros 24 meses de habilitação. No Brasil, o protótipo
do modelo ideal de simulador de direção foi desenvolvido a partir de
estudos feitos na Universidade Federal de Santa Catarina. Os estudos
comprovaram que os caminhoneiros que tiveram aulas com o uso do
simulador provocaram menos acidentes após obtenção da carteira do que
aqueles que não fizeram uso do equipamento.
De acordo com o Ministério das Cidades, a maior parte dos acidentes
está associada à imprudência ao volante, que engloba desobediência à
sinalização, abuso da velocidade e direção sob efeito de álcool. Outra
parcela dos acidentes ocorridos no Brasil credita-se à falta de
competências para a direção.
Com o uso do simulador, os pretendentes à obtenção da permissão para
dirigir na categoria B poderão passar por simulações que permitam
verificar, antes das aulas práticas, se o condutor tem domínio do
veículo, dirigindo-o com atenção e cuidados indispensáveis à segurança
do trânsito, em condições normais ou adversas e situações imprevistas ou
de emergência, conforme as normas gerais de circulação e conduta
previstas no Capítulo III do Código de Trânsito Brasileiro", informa o
Departamento Nacional de Trânsito (Denatran).
O diretor da AutoEscola Brasiliense, rede que conta com 15 unidades
no Distrito Federal e em Goiás, Luciano Santos, disse não acreditar que o
uso do simulador vá melhorar a formação dos condutores. Para ele, o que
falta aos motoristas é "educação no trânsito". Ele também lamenta que a
obrigatoriedade vá provocar reajuste nos valores cobrados pelas
autoescolas, embora não tenha uma estimativa do percentual de aumento.
A forma como a formação é feita atualmente é suficiente. Acho que é
ilusão pensar que o equipamento vai trazer melhorais em relação ao
ensino. O aluno aprende é na prática, no volante, no trânsito. O que o
motorista precisa aperfeiçoar é a educação ao dirigir, obedecendo às
regras, respeitando limites de velocidade e não fazendo do volante uma
arma", ressaltou ele, que vai ter que correr para se adaptar à nova
exigência "nos primeiros dias de janeiro" e adquirir os simuladores.
De acordo com o Conselho Nacional de Trânsito, os Centros de Formação
de Condutores somente poderão utilizar simulador de direção previamente
certificado e posteriormente homologado pelo Denatran, que será responsável pela fiscalização do cumprimento dos requisitos e exigências definidas.
Agência Brasil
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