Lula fala durante visita oficial à Argentina Foto: REUTERS/Agustin Marcarian...O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira, 23, a empresários em Buenos Aires que o BNDES vai voltar a financiar projetos de engenharia para ajudar empresas brasileiras no exterior e “países vizinhos a crescer”...Como exemplo, o presidente brasileiro defendeu o financiamento da obra de um gasoduto para transportar gás natural produzido no campo de Vaca Muerta, localizado na Província de Neuquén, a oeste da região da Patagônia, até o Brasil. Lula disse que os empresários brasileiros têm interesse no gasoduto Néstor Kirchner, assim como nos fertilizantes...O BNDES vai voltar a financiar as relações comerciais do Brasil e vai voltar a financiar projetos de engenharia para ajudar empresas brasileiras no exterior. E para ajudar que países vizinhos possam crescer e até vender resultado desse enriquecimento para países como Brasil”, afirmou o petista. “O Brasil parou de compartilhar a possibilidade de crescimento com outros países”.
Financiamentos para obras no exterior e corrupção.
Obras do tipo no país vizinho fizeram parte da carteira de crédito para exportações de serviços de engenharia do BNDES. Desde fins da década de 1990, o banco de fomento liberou US$ 10,5 bilhões para financiar 86 obras tocadas por construtoras brasileiras em 15 países. Angola foi o país que mais recebeu empréstimos – e já pagou tudo de volta. A Argentina foi o segundo país que mais recebeu – e ainda tem uma parcela final de US$ 29 milhões para pagar de volta. Empreiteira com mais contratos no exterior, a Odebrecht, que praticamente desapareceu após ser atingida em cheio pela Lava Jato, ficou com US$ 7,984 bilhões, 76% do total.
Os empréstimos para as obras no exterior entraram na vitrine das críticas quando, no primeiro mandato de Dilma Rousseff (PT), o governo impôs sigilo aos financiamentos para Angola e Cuba, alegando “segredo comercial” e questões “estratégicas”. Em junho de 2015, o Estadão revelou as condições do empréstimo de US$ 249,6 milhões para a República Dominicana custear as obras da Represa de Montegrande, a cargo da Andrade Gutierrez.
Boa parte dessas obras no exterior foram envolvidas em escândalos de corrupção. Tal qual faziam no Brasil, as empreiteiras brasileiras foram acusadas de pagar propina para vencer licitações de obras. Auditorias do Tribunal de Contas da União (TCU) apontaram sobrepreço em obras financiadas pelo BNDES, mas o banco de fomento alegou que não tinha como identificar problemas no acompanhamento dos projetos.
Via Estadão Conteúdo
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