"Nem calar, nem escalar". Foi essa a orientação que o agora ministro das Relações Exteriores, José Serra, deu à nova equipe no dia em que chegou à pasta, em sua primeira reunião de trabalho.Ao fim do dia, emitiu nota contestando cinco países latino-americanos contrários ao impeachment de Dilma Rousseff e que viam a gestão Michel Temer como ilegítima.Foi a primeira vez em anos que o Itamaraty reagiu enfaticamente contra atos de nações como Cuba e Venezuela. A nota indicou o que Serra tentará fazer na pasta: imprimir uma marca pessoal que lhe garanta projeção no Brasil e no exterior.Primeiro nome da cúpula do PSDB a defender publicamente o ingresso do partido em um governo Temer, Serra, pessoalmente, hesitou por semanas em aceitar o cargo.Num gesto típico de seu processo decisório, foi e voltou diversas vezes, pediu conselhos a amigos, disse que não iria. Foi.Asfixiado no PSDB pelo senador Aécio Neves (MG) e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, vinha tentando desde o ano passado encontrar um caminho para voltar aos holofotes.Aécio, presidente nacional da sigla, tem apoio hegemônico dos tucanos Câmara e no Senado. Alckmin, por sua vez, governa o maior Estado do país, o que faz dele peso pesado no xadrez político.
Fonte= Folha de S.Paulo - Daniela Lima
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