Por Joaquim Falcão
Daqui da Europa, enquanto nosso futuro, pelo menos de imediato, está em jogo por aí, ninguém se interessa pelas eleições no Brasil. Basta ver o noticiário, seja político seja econômico, nos principais jornais, na internet, e nas televisões tanto daqui, quanto dos Estados Unidos e mesmo na Ásia. Por quê?
As notícias principais são a guerra entre Israel e palestinos.
Aliás, como todo o respeito a ambas as partes, acredito que a divulgação desta infinita guerra é uma invasão quase que monopolística do noticiário.
Além disto, tem a guerra da Síria, a guerra da Ucrânia, a epidemia de ebola na África, a guerra da Argentina com um juiz de primeira instância de Nova York, a falência do grupo português Espírito Santo, as férias de europeus e americanos, todos ao sol, a corrupção financeira na China, as retaliações econômicas de Obama, a tortura que agora os americanos confessam ter praticado depois de onze de setembro, e por aí vamos.
Ou seja, nós não somos notícias pelo simples fato de que as eleições podem ter um resultado incerto, mas a rota da democracia que estamos cumprindo está certa. E isto é o que importa.
Aliás, o embaixador Marcos Azambuja sempre defendeu que o melhor interesse do Brasil é desaparecer, submergir, se fingir de morto sem estar.
E somente colocar a cabeça para fora, de tempos em tempos, para dizer que estamos vivos, e que estamos cada vez mais fortes, ainda que não nos sintamos tanto.
Se o mundo ainda conhece pouco Dilma, não tanto quanto conhecia Lula e Fernando Henrique, simplesmente desconhece Aécio Neves e Eduardo Campos.
Todos e com Marina, preenchem os requisitos estabelecidos pela ordem mundial de políticos compromissados com democracia, estabilidade econômica, competição, melhor emprego e salários. Ou seja, são mundialmente indiferenciáveis. Isto basta. E isto é bom.
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